Escuridão!



Existe uma dor no peito que não cala, não assume e não chora. Que arde, que tranca e não se cansa, mas que pulsa, que ofende e fere. Era pra ser uma satisfação constante que se abriu em flor e depois murchou, trazendo o odor do pesar. Já valia apenas pelo seu colorido misturado á imagem da verdade. Já valia a pena estar presa e inerte dentro desse peito moribundo uma vez que a luz estava lá fora chamando. E a luz se tornou absinto, verdejante e uni presente nessa lâmina tênue que agora chamo de vida. Esse aperto na garganta vem me trazer os rostos daqueles pelos quais busquei imitar, como se fosse um reflexo no espelho mostrando meu olhar perdido procurando ao longe uma faísca de esperança e perdão. Era pra ser liberdade, folia e trama de purpurina dourada, mas aqui somente cabe sinceridade e essa dor no peito me grita isso. E cada vez que abro o pensamento para alçar vôo encaro essa risada disfarçada me dizendo que foi um erro a alforria sonhada por que meu coração continua preso àqueles momentos tão iguais e sem graça. Tenho um caminho meio incerto e cheirando água de alfazema, com um passado mal resolvido, sinto a indiferença me distanciando mais e mais. São momentos tão únicos, tão presentes e tão verdadeiros. Se eu soubesse dessa dor no peito nunca teria partido, nunca teria abandonado aquela verdade. Sei que vai passar, embora doa tanto vai se dissipar, mas não sei se terei forças para retornar e voltar a procurar a luz que lá de dentro me chama agora.

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