Acredito haver um lugar onde eu possa respirar vida.
Acredito que este lugar será meu mundo um dia,
e que só esteja esperando eu chegar.
Onde haverá pássaros a revoar em total liberdade,
provando que o poder de ir e vir voltou mais amplo.
Este será para os meus o paraíso perdido, sem nada
que possa manchá-lo.
Quero deitar na relva e assistir o pôr-do-sol e não me
preocupar com a frieza inescrupulosa dos meus irmãos.
Poderei ser eu, sem pensar em agradar, rir alto, festejar minha alegria, correr sem destino pelos campos floridos.
A lua banhará meu corpo num repouso absoluto, sentirei
o doce perfume que o vento traz de toda ramagem.
Velarei pelo riacho de águas calmas, a correnteza dirá
meu nome num sussurro ecoando toda tarde.
Absorverei toda mansidão desse lugar, não terá o que
me faz chorar, a dor será passado.
Quero a ser a chuva deste lugar, retornar sempre
que se fizer necessária, o calor que abrasará o
dia de domingo, o odor de pétalas se abrindo
anunciando a grandeza da estação.
E assim este lugar pertencerá aos meus,
e os meus pertencerão à este lugar.
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